segunda-feira, 23 de agosto de 2010

AAAAAi!!!!

Puta dor de garganta, ninguém merece. Aliás nos últimos 10 dias eu andei totalmente pesteada.
A melhor foi desmaiar na rua, há uma quadra de casa. Ainda bem que um casal me "juntou" e me trouxe. A Val estava "mal", de cama, a mãe não iria se ligar.

Se não tivesse recobrado a consciência em seguida, eu acho que teriam me levado para um hospital, teria morrido devido a um erro médico, pois teria sido atendida pelo SUS (se bem que IPERGS não está muito melhor), enterrada como indigente; minha mãe estaria até agora na janela me esperando e, achando que eu ainda tenho 22 anos, estaria me ligando, deixando recado para me dizer que não devo passar a noite fora (trepando) com estranhos pois ela (sim ela!) acha isso horrível, é coisa de vagabunda!

E minha filha? Bom, minha filha, depois daquele dia ficou mais uma semana em casa, na cama, sem ver o sol. Esta semana, ela teria percebido algo errado, mas seria tarde demais...

História trágica, não? Tétrica, imaginação fértil, afinal, outras pessoas sentiriam minha falta, ou não?

É muito estranho, passar uma vida inteira sendo o centro das atenções de um clã, já que era a mais jovem e agora isto, saber que só és mais uma na multidão, que só tu podes sentir falta de ti mesmo. E na maioria das vezes, muito antes disso, tu só não sentes falta de ti mesmo, por que insistes em acreditar que sentes mais falta dos outros.

A solidão não é triste, triste é descobrir que não gostamos da própria companhia. Afinal se conseguirmos aguentar nossa própria companhia, com nossos defeitos, manias, auto-sabotagens,
trapaças e mentiras que arquitetamos a nós mesmos, estaremos preparados para enfrentar até mesmo o anti-cristo.

Não que sejamos pior que isso, longe de mim...

Tudo isso para dizer que minha filhota teve uma recaída, é triste. Para mim, mãe, é incapacitante. Não tenham ideia que isto esteja sendo férias. Férias são alegres...

Tenho inveja (sim, inveja, por ter sido uma mãe que não soube prezar pela felicidade de minha filha) de ver meninas saindo dos cursinhos de inglês, felizes, se reunindo no canalete e cuidando os guris, as saídas de colégio felizes e tudo aquilo que nós adultos reclamamos em nossos filhos adolescentes, porque tememos pela segurança ou inconveniência de nossos "aborrecentes".

Ah, o ser humano, tão apto a se auto-flagelar... Vejam, este é o próprio anti-cristo e ele mora em nós mesmos, será que somos melhor que isso?